segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O que aprendi sobre a beleza

A beleza está muito além do que se vê.
Está na arte de sentir, num sorrir, se entregar.
A beleza não está no corpo ou na pele. 
Está no brilho dos olhos, num sorriso.
A beleza não está em estar, mas em ser.
E só é belo aquele que entende o real sentido da beleza.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Pode deixar

Deixa eu amar da minha forma, do meu jeito desmedido, com meus erros que insistem em me importunar, em me mostrar que tenho que mudá-los... Deixa eu amar, tão somente pelo poder de fazê-lo, sem pedir a troca. Deixa eu amar sem medo, vivendo a minha vida, levando ela em paz... Deixa eu amar. Isso não quer dizer que você volta, que você vai me olhar ou que vou ser seu novamente... Deixa rolar, deixa eu amar, porque no fim de tudo, fui feliz por ter amado e ter dado a alguém como você. Deixa eu amar, pelo simples prazer de ter isso em mim.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Cansei!



Cansei de ser egoísta, preconceituoso, dono da razão.
Cansei de achar que o mundo precisa me ouvir e não baixar a cabeça para o que me dizem.
Cansei de agir pelo meu impulso e depois me arrepender.
Cansei de perder pessoas importantes por causa da minha intolerância.
Cansei de exaltar o meu conhecer e ignorar o dos outros.
Cansei de querer que me entendam, se não estou apto a entender os outros.
Cansei de exaltar a mim mesmo.
Cansei de tentar justificar erros.
Cansei, na verdade de errar, embora saiba que cometerei muitos erros, ainda.
Na verdade cansei do que me faz mal, do que me isola do meu eu, do meu viver pleno, da minha sanidade e da minha paz.
Cansei e ser um eu que não é eu.
Cansei porque a única coisa que preciso de verdade, é ser eu de novo.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Renata


Tu que foste batizada como a que renasceu. Porém traz em ti o segredo do teu nome, a alegria embutida em trazer vida.
Foste tu assolada, atribulada, entristecida, mas tal qual uma fênix, ressurge e brilhas mais.
Foste tu que mesmo com os reveses da vida, fechaste tuas portas, tuas janelas e construíste fortaleza, mas também foste tu, como o sol que surge todo dia adentraste pelas brechas e no teu mundo fechado, encheu-te de luz.
És tu, que mesmo conhecendo a tristeza, não te impediste de ser feliz.
És tu, que apesar de ser renascida, trouxeste a mim uma nova vida.
Tu és aquela que me desperta a vontade, vinda do âmago, ser novo todo dia. Só pra poder renascer pela manhã do teu lado. De viver a eternidade efêmera que a vida tem, só pra renascer um pouquinho, todo dia, olhando teu rosto e sabendo que mesmo que eu desfaleça um pouco o teu sorriso, teu beijo e teu abraço, me farão nascer de novo...

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Afastamento


Voa, sem saber para onde vai, liberta teu animal interior e te consome. Destrói, sem saber o que te é precioso, o que torna forte, o que te faz feliz.
Vai pra longe de ti mesmo, desencontra-te, move tudo o que te faz bem pra bem longe de ti.
Amarga tuas mágoas, impede-te a felicidade, traz pra perto de ti tudo o que te atormenta.
Faz tais coisas: constrói muros e fortalezas. Arma-te como quem vai para uma guerra ao invés de viver.
Desfaz as pontes que construíste, mascara tua alma com um sorriso amarelo, finge uma segurança que não tens; sobrepuja a todos
Desta forma, cansa-te. Faz da tua vida um fardo, carrega todo peso do mundo em tuas costas, transforma tua existência numa marcha em vez de uma suave caminhada...
Após isso, só te restará lamentar, por teres visto a felicidade e nunca tê-la tocado. Por passares pela vida e nunca tiveres vivido. Por simplesmente teres fechado a porta para o mundo e te cerrado em teu próprio peito.
Segue a vida do teu jeito e o que te sobrará será um arremedo de existência, uma moribundez travestida de vida. Uma dor, fingindo ser prazer...

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Montando a barraca... Ou seria o Circo?





Diálogo entre mim e o Pedro, meu filho, iniciado na noite de sábado e concluído no domingo a tarde:
-Pai, monta minha barraca lá fora?
-Não, Pedro, agora tá escuro!
Depois de uma cara feia de reprovação por parte dele e depois, cama.
....
amanhece, ele acorda e diz:
-Pai, quero ir pra escola.
-Hoje não é dia de escola.
-Tá pai, então monta minha barraca?
-Pedro, vamos acordar, tomar café e depois a gente monta.(Sem vontade nenhuma de montar a bendita barraca) 
...
Acaba o almoço e vem o pedido:
-Pai, monta a barraca pa mim lá fora?
-Pô Pedro...
-Pai, você faô que ia...
Começa o trabalho de montar a barraca, e o Pedro começa a avacalhar a montagem. Eu chamo sua atenção:
-Pô, mané! Tá me atrapalhando.
Contrariado ele se senta na entrada do prédio e solta:
-Paiaço!
-Pedro, pode falar assim?
-Você me chamou de coisa feia, pai!
- Que coisa feia?
- Me chamou de mané.
A vizinha interrompe a conversa, diz que ele é lindo, ele dá uma risadinha e eu digo que estamos batendo um papo.
Ele vem com a pérola:
-É, tô batendo um papo com o papai. Ele fez coisa muito feia.
-Que coisa feia, filho?
-Me chamou de mané!
-Mas mané é conversa de amigo.
-Eu não gostei pai. (dedinho em riste)
-Pai, você fez coisa feia. Pede desculpa pa mim!
-Tá bom Pedro, desculpa, tá?
-Tá bom, pai. Vc não é paiaço. Eu te amo.
E sai correndo pra entrar na barraca, que a esta altura, já estava montada. Eu fico com cara de tacho, morrendo de rir do que tinha visto.
É, o moleque tá aprendendo a se impôr.

sábado, 7 de abril de 2012

Bem aventuranças aos que nos desprezam



Abençoados sejam os caluniadores;
Aos que nos difamam, que os tiram a paz,
Que nos roubam a alegria, que nos traem.
Abençoados sejam aqueles que não honram ao amigo,
Àqueles que cospem na mão que se estende,
Aos que tentam destruir nossa esperança,
Aos que julgam ser maiores do que são
E, que para isso, nos tentam diminuir.

Abençoados sejam todos os que não merecem os bons sentimentos,
A fim de que provem o sabor da amizade, do amor, da ternura
Da sabedoria, do entendimento.

Enfim, abençoados sejam aqueles que nos fazem mal,
Para que o dia em que se virem necessitados,
Possam contar com uma mão solidária, um ombro amigo,
um sorriso sincero.
Deus nos abençoe a fim de que se o dia mal chegar àqueles,
Sejamos as mãos, ombros e sorrisos que precisam.

Glaucio Merlin


sexta-feira, 9 de março de 2012


Viu-se sozinho pela primeira vez em tanto tempo de sua (não tão) longa vida. Não havia nem um bajulador ou aproveitador que o cercava desde que se viu no topo do mundo, como julgava ter chegado.
Pela primeira vez não havia sequer alguém que pudesse tripudiar, reclamar, dar ordens ou desaforar. Estava bêbado, maltrapilho. Estava sozinho. Na mais completa acepção do que a palavra pode dizer.
Até que percebeu uma sombra que se aproximava, vestida com um pesado capote, contrastando com o calor que fazia. Nada foi dito, por nenhuma das partes. Houve somente dois olhares fixos e uma troca de sorrisos.
Descobriu que quando não se tem ninguém, ou quando se igualam as situações, um sorriso é o bem mais valioso que se pode possuir. Então se descobriu feliz. Como nunca havia sido até então.
Chegou à conclusão, que tudo o que tinha era muito mais do que precisava para estar realizado.