Voa, sem saber para onde vai, liberta teu animal interior e
te consome. Destrói, sem saber o que te é precioso, o que torna forte, o que te
faz feliz.
Vai pra longe de ti mesmo, desencontra-te, move tudo o que
te faz bem pra bem longe de ti.
Amarga tuas mágoas, impede-te a felicidade, traz pra perto
de ti tudo o que te atormenta.
Faz tais coisas: constrói muros e fortalezas. Arma-te como
quem vai para uma guerra ao invés de viver.
Desfaz as pontes que construíste, mascara tua alma com um
sorriso amarelo, finge uma segurança que não tens; sobrepuja a todos
Desta forma, cansa-te. Faz da tua vida um fardo, carrega todo
peso do mundo em tuas costas, transforma tua existência numa marcha em vez de
uma suave caminhada...
Após isso, só te restará lamentar, por teres visto a
felicidade e nunca tê-la tocado. Por passares pela vida e nunca tiveres vivido.
Por simplesmente teres fechado a porta para o mundo e te cerrado em teu próprio
peito.
Segue a vida do teu jeito e o que te sobrará será um
arremedo de existência, uma moribundez travestida de vida. Uma dor, fingindo ser prazer...
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